- Gisele Vidal
- 2 de jan. de 2024
- 3 min de leitura

No mês passado fiz um quiz para escolher o artigo do mês e fiquei pensando se o tema da autocrítica não ganhou simplesmente porque já nos acostumamos a criticar a nós mesmos e não damos o devido peso a esta voz.
Por isso, em respeito ao nosso relacionamento escrevi sobre o tema ganhador, que foi como fazer o seu trabalho aparecer sem se sentir mal. O artigo do mês passado está aqui.
Mas neste mês resolvi insistir neste assunto da autocrítica porque vejo o quanto se autocriticar tira a paz. Além de, obviamente, existir uma correlação direta da autocrítica com pior performance no trabalho e diminuição da nossa capacidade de atingir metas.
Autocrítica, quem é você e porque me atrapalha ...
Para mim, a autocrítica é aquela voz interna que fica falando como está indo minha performance e onde posso melhorar.
Muitas vezes me pego pensando que se alguém escutasse nossa voz autocrítica daria até um processo de assédio moral. Eu pelo menos já me peguei em algum momento da vida falando coisas horríveis como: “você é preguiçosa”, “não faz nada direito”, etc.
Mas como a autocrítica é um assédio que a gente comete contra a gente mesmo, não dá em nada né?
É como se fosse melhor mesmo que a gente se autocritique antes do esperar uma crítica vindo de outra pessoa. Lá no fundo a autocrítica tem uma função de proteção, bem é verdade.
Mas quando em um limite não saudável, a autocrítica faz muito estrago. Inclusive, a autocritica excessiva está ligada a problemas mais sério de saúde mental como a depressão.
Por isso, na hora de trabalhar, dá para perceber a autocrítica mostrando sua fase perversa de diferentes formas, como por exemplo:
1. Você acaba pegando mais trabalho, ou trabalhos mais difíceis que os outros sem qualquer necessidade para provar a si mesmo seu valor.
2. Fica com medo de ser demitido, ou ser mal avaliado constantemente.
3. Procura a aprovação ou validação de chefes e colegas frequentemente.
4. Fica analisando demais feedbacks que recebe ou até não recebe de coração um elogio.
5. Trabalha muitas horas incansavelmente até que tudo esteja perfeito, mesmo sem que ninguém lhe peça.
6. Fica se culpando quando algo não sai exatamente bem.
7. As vezes até perde algum tipo de deadline ou oportunidade porque ficou analisando demais qual era o correto a ser feito e ficou paralisado.
8. Fica com um medo tão grande de falhar que nem pega algum tipo de projeto de maior visibilidade ou importância.
9. Passa grande parte do dia dialogando com sua voz autocrítica e sendo um carrasco de si mesmo.
Percebeu alguma dessas coisas em você? Ou consegue perceber o impacto prático da autocrítica no seu dia-a-dia do trabalho?
Para lidar com a autocrítica, experimente o poder da autocompaixão.

O que aconteceria se tratássemos a nós mesmos como a um amigo que passou por uma situação difícil? Que tipo de palavras ou conselhos daríamos nesta hora que ele se sente deplorável?
Olha, acho que possivelmente diríamos algo um pouco mais compreensivo, encorajador ou até quem sabe mais gentil do que falamos a nós mesmos.
A autocompaixão parte desta ideia de enxergar a si mesmo com gentileza, aceitação, diminuindo a voz das cobranças e das críticas duras.
Engloba estar presente para os acontecimentos da vida com coragem e aceitar que fazemos parte de uma humanidade compartilhada, onde todos temos alguns defeitos e hora ou outra passamos por situações difíceis também.
O mais interessante é que a psicologia tem descoberto que nutrir comportamentos autocompassivos ajuda a melhorar a performance em uma variedade de contextos, incluindo o trabalho.
Isso porque a autocompaixão nos dá uma visão realista das nossas forças, limitações e oferece um caminho gentil de crescimento para lidar com medos, angústias e desafios.
Sem contar que ajuda na expressão de mais autenticidade e criar relacionamentos mais profundos no trabalho.
Não é a toda que autocompaixão é uma habilidade chave principalmente para cargos de liderança ou para qualquer um que quer se dar bem no mercado corporativo.
E como me nutrir de autocompaixão então?
Primeiramente autocompaixão é algo que pode ser aprendido e aprimorado.
Algumas reflexões para te ajudar a entrar mais neste estado:
1. Em um momento de dificuldade, o que de mais gentil posso fazer e dizer a mim mesmo?
2. Por que não enxergar que deficiências e fracassos são experiencias compartilhadas entre todos os seres humanos? E notar que mesmo aquelas pessoas que mais admiramos tem seus problemas e deficiências também?
3. Que tal sair do piloto-automático, fazer uma pausa e olhar a situação que está inserido sob perspectiva? Que comportamentos você está enxergando que te fazem mal e que pode mudar gentilmente ?
Práticas de Mindfulness , escrita ou conversas com pessoas acolhedoras podem nos ajudar a aumentar este estado também.
Gostou desse artigo e foi útil para você? Que tal compartilhar com alguém que você gosta e quer bem?
Eu sou Gisele Vidal, consultora de carreira e liderança e acredito que cuidar das nossas emoções e desenvolver mais autocompaixão é chave fundamental para viver mais em paz com o seu trabalho.
Gostaria de trabalhar comigo?
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